VISAGISMO: CIÊNCIA ESSENCIAL NA CONSTRUÇÃO DE ROBÔS HUMANIZADOS - Prof. Dr. Robson Trindade, supera todas as expectativas do mercado de beleza no Brasil.
Visagism: A Key Science in the Design of Humanized Robots
Data: 05/08/2019
Com o avanço acelerado da tecnologia nas últimas décadas, os ro- bôs têm deixado de ser apenas máquinas funcionais para assumir papéis cada vez mais integrados à sociedade humana. Neste cenário em que o real e o digital se fundem, a construção da imagem desses robôs passa a ser uma questão central — e o visagismo desponta como uma ciência fundamental para torná-los mais aceitos e empáticos aos olhos huma- nos.
A crescente valorização da estética e da imagem no consumo mo- derno, inclusive no universo digital, faz com que até mesmo objetos funcionais sejam escolhidos por sua aparência. O professor e visagista
Branding Visagista
Robson Trindade compara esse fenômeno à escolha de uma geladeira: apesar da função ser a mesma, o consumidor opta pelo modelo que mais o agrada visualmente — o mesmo vale para robôs com aparência humana.
Um dos grandes desafios da robótica está no chamado “Vale da Estranheza” (ou “Vale Inquietante”), fenômeno no qual seres humanos sentem desconforto ao interagir com robôs que se parecem excessiva- mente com pessoas. Esse limite entre empatia e rejeição é subjetivo e, segundo estudos científicos, está relacionado à forma como o cérebro codifica estímulos visuais e afetivos.
Diante disso, o visagismo surge como um recurso estratégico para a criação de robôs com feições harmônicas. Segundo os especialistas Robson Trindade e Tania Maria Brandão Britts Trindade, essa ciência, baseada em estudos aprofundados da estética e da estrutura facial, ofe- rece ferramentas para equilibrar razão, emoção e intuição na construção dessas imagens tecnológicas.
A proposta do visagismo aplicado à robótica envolve a análise mi- nuciosa de detalhes como o formato do rosto, sobrancelhas, tonalidade da pele, proporção do pescoço e largura dos ombros, bem como o uso de acessórios e cabelos para emoldurar a face. Todos esses elementos visam produzir um resultado visual que gere empatia e familiaridade com os humanos.
Apesar de a proporção áurea e a sequência de Fibonacci serem re- ferências clássicas de harmonia, os especialistas defendem que a perso- nalização será o principal caminho. Não existe um padrão universal de beleza que agrade a todos; o que agrada é o que provoca identificação. Assim, os robôs precisarão apresentar diversidade de formas e estilos.
Para Robson Trindade, a aplicação do visagismo permitirá criar robôs com diferentes “personalidades visuais”, atendendo ao gosto e à necessidade de cada indivíduo. A ideia é que, futuramente, cada pessoa possa escolher o robô cuja imagem gere maior empatia e identificação pessoal — assim como se escolhe um item de moda ou decoração.
Com isso, o visagismo se consolida como uma ciência aplicada também à inteligência artificial e ao design digital, abrindo novos cam- pos de atuação profissional e de pesquisa. A humanização visual dos
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robôs, mediada pelo visagismo, representa um avanço importante na criação de máquinas cada vez mais integradas à vida humana.
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