Visagism and Male Makeup: A Taboo to Be Broken
01/12/2020
É inegável que, por muito tempo, o uso de maquiagem por ho- mens foi considerado um tabu. Contudo, esse comportamento parece ignorar as origens históricas dos cosméticos, que remontam a civiliza- ções antigas como Babilônia, Assíria, Egito e Roma. Nesses tempos, homens já usavam produtos como sombras, delineadores e henna para ornamentar e modificar a aparência da pele. Esse uso de cosméticos por homens, embora ignorado por algumas culturas, sempre esteve presente de alguma forma ao longo da história.
Com o advento dos metrossexuais, o uso de cosméticos por ho- mens voltou a ganhar visibilidade. O conceito de metrossexual, um homem preocupado com sua aparência, cuidados pessoais e estilo, se
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tornou popular no final dos anos 1990, desafiando a ideia de que os produtos de beleza e maquiagem são exclusivos para o público femi- nino. Hoje, essa prática se torna cada vez mais comum, especialmente com a ascensão das mídias sociais, que impulsionam a busca por um novo ideal de beleza masculina.
A professora e historiadora Ana Carlota Regis Vita, em sua obra História da maquiagem, da cosmética e do penteado: versão para o sé- culo XXI, descreve as transformações das práticas de beleza ao longo da história. Ela enfatiza que a maquiagem, especialmente a usada por homens na Antiguidade, era uma parte importante da cultura de várias civilizações, destacando o papel masculino no universo da beleza desde os tempos antigos. Para ela, a ideia de que a beleza é um conceito exclu- sivo das mulheres está ultrapassada.
A mídia moderna continua a promover um modelo de beleza mas- culina centrado em corpos musculosos, com peles impecáveis, ausência de pelos e cortes de cabelo sempre alinhados às últimas tendências. Esse padrão, no entanto, tem sido cada vez mais contestado. Em vez da figu- ra do “macho alfa”, surgem homens que expressam sua masculinidade de forma mais refinada, preocupando-se com a estética e adotando prá- ticas de cuidado pessoal, como o uso de maquiagem e cosméticos.
A pesquisa de Pope (2000) aponta um aumento no interesse dos homens por um corpo musculoso, uma característica associada à mas- culinidade tradicional. Contudo, no movimento pós-moderno das últi- mas décadas, a identidade masculina tem se tornado mais fluida e me- nos fixa, com valores em constante transformação. A masculinidade, antes rigidamente definida, agora admite uma maior diversidade, e o metrossexual representa uma mudança significativa nesse cenário.
O termo “metrossexual”, cunhado pelo jornalista Mark Simpson em 1994, descreve um homem moderno, vaidoso e preocupado com sua aparência. Esse conceito se encaixa perfeitamente no fenômeno atual do uso de maquiagem masculina. Segundo o professor Robson Trindade, o público masculino está cada vez mais aberto ao uso de cos- méticos, e a maquiagem se tornou uma ferramenta de expressão pes- soal, permitindo que os homens se conectem com sua identidade de forma mais consciente.
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Empresas globais de cosméticos, como Chanel, Natura e O Boti- cário, já reconhecem o potencial do mercado de beleza masculina. Es- tima-se que o mercado global de beleza masculina tenha movimentado cerca de 57 bilhões de dólares em 2017, com previsão de ultrapassar 78 bilhões em 2023, conforme o relatório da Research & Markets. No Brasil, as vendas de produtos de beleza para homens cresceram 70% entre 2012 e 2017, o que demonstra a crescente demanda e aceitação dessa prática.
Embora ainda existam homens que resistem ao cuidado com a aparência, o cenário está mudando rapidamente. O uso de cosméticos e a maquiagem masculina estão se tornando cada vez mais comuns, tanto em lojas especializadas quanto em cursos e consultorias de visa- gismo. Robson Trindade observa que, mais do que nunca, os homens estão buscando entender e expressar melhor sua identidade visual, com a ajuda de profissionais especializados que ajudam a desenvolver uma imagem mais autêntica e poderosa.
VISAGISMO E OS FORMATOS DE ROSTOS PRIMÁRIOS E OS TERÇOS DA FACE NOS DIAGNÓSTICOS DE SAÚDE, BELEZA E BEM-ESTAR - RAZÃO, EMOÇÃO E INTUIÇÃO
VISAGISMO E OS FORMATOS DE ROSTOS PRIMÁRIOS E OS TERÇOS DA FACE NOS DIAGNÓSTICOS DE SAÚDE, BELEZA E BEM-ESTAR - RAZÃO, EMOÇÃO E INTUIÇÃO Visagism and the shapes of primary faces and the thirds of the face in health, beauty and well-being diagnoses - reason, emotion and intuition. RESUMO Este artigo explora o campo do visagismo, uma prática que integra conhecimentos de estética, psicologia e mor- fologia para harmonizar a aparência física de uma pes- soa com sua personalidade e essência interior. Com uma abordagem interdisciplinar, discutimos como o visagismo aplica fundamentos científicos para entender e melhorar a relação entre autoimagem, percepção estética e bem-es- tar psicológico. Através da análise de formatos faciais e sua influência em julgamentos sociais e pessoais, o estudo destaca a importância da razão e da emoção no processo de visagismo. Abordando aplicações práticas em diversas áreas, ...
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